Introdução ao Caso
Fazer o Download da RevisãoAdolescente do sexo feminino, 12 anos completados há 15 dias, vem à consulta médica sem qualquer queixa específica. Relata dificuldades na escola, principalmente ao se relacionar com os colegas, e não tem bom aproveitamento escolar. Na anamnese diz alimentar-se “muito bem”, comendo de “tudo”, com pouca fruta, em geral, banana. Não gosta de verduras. Rotineiramente, toma café da manhã com leite achocolatado e pão com margarina. Na escola come o lanche oferecido ou um salgadinho com refrigerante. Por volta das 13 horas, almoça arroz , carne, batatas (fritas ou em forma de purê), cenoura, abóbora ou outro legume cozido. Repete o lanche com leite e achocolatado à tarde e o jantar é macarronada ou semelhante ao almoço. Quando dorme após as 22 horas, come biscoitos ou toma leite. Não gosta de doces. Não tem história de diabetes ou coronariopatias na família. Só pratica atividade física na escola, de forma irregular, e vai caminhando para a escola que fica a 4 quarteirões da casa onde mora. Menarca aos 11 anos de idade; ciclo menstrual regular, com períodos menstruais de 5 -7 dias e perdas sanguíneas consideradas “em excesso” pela paciente. A mãe era obesa, tendo sido submetida à cirurgia bariátrica há 12meses. Pai e irmão mais velho sem quaisquer relatos doenças. Ao exame físico apresenta excesso de panículo adiposo, com acúmulo de gordura no abdome, no qual evidenciam-se estrias; joelhos valgos, pés planos; pele escurecida sob as axilas e discretamente espessada; mucosas úmidas, hipocoradas 3+/4+; PA: 125/85 mmHg; Peso: 68 Kg Altura: 159 cm IMC:26,9 Kg/m²
Discussão do Caso
A paciente em questão tem história familiar positiva para obesidade. Sua alimentação é inadequada, com excesso de calorias e carência em vitamina C e ferro. Relata perda menstrual excessiva. Não faz atividade física. Todos esses fatores contribuem para os achados do exame físico que, antes mesmo do cálculo do IMC, evidenciam obesidade: estrias, acantose nigricans e alterações ortopédicas.
Calculando o IMC chegamos ao valor de 26,9 Kg/m² que, conforme o referencial da OMS (http://www.who.int/childgrowth/en/), encontra-se acima do percentil 95, confirmando, portanto, o diagnóstico de obesidade.
Vale salientar, que a obesidade na adolescência pode ser motivo de retração social e, consequentemente, de dificuldades de ordem emocional, com repercussões sobre o desempenho escolar.
Pontos de corte de IMC para diagnóstico de excesso de peso e obesidade em crianças de 10 a 15 anos
*A idade completa é considerada até 5 meses e 29 dias, por exemplo, uma adolescente com 15 anos 5 meses e 29 dias deve entrar na faixa de 15 anos, e uma adolescente com 15 anos e 7 meses deve entrar na faixa de 15,5.
NOTA:
A UNIMED –BH disponibiliza um programa de Reeducação Alimentar Infantil, cujos objetivos são promover a conscientização para hábitos saudáveis alimentares, acompanhar o estado nutricional e a prevenção de futuras doenças crônicas. A equipe é formada por nutricionista, pediatra, psicólogo e realiza seu trabalho por meio de atividades em grupo, nos Centros de Promoção da Saúde (CPS) localizados no Barro Preto, Betim, Contagem, Gonçalves Dias e Pedro I.
Informações pelo telefone: 4020- 4020.